2009/06/24

Budapeste - Chico Buarque

Um livro que conta a sua própria história. A ideia de circularidade, que tanto me agrada, revela-se no final.

Linguagem simples, fluida. Lê-se de uma assentada.

Conta-se a história de um escritor que, de forma anónima, empresta os seus escritos a outros para que estes possam publicar obras/textos de qualidade como sendo suas. Personagem contraditória, ou melhor, que vive uma contradição interior. Por um lado, gosta do anonimato mas, por outro, não suporta que os que lhe são próximos elogiem os falsos autores do trabalho que na verdade é seu. Acaba por viver num espaço algures entre a realidade e a ficção, entre aquilo que é e escreve e aquilo que representa ver ou não livros assinados com o seu nome.

Confuso? Talvez, mas garanto que o livro não deixa espaço para confusões. Definitivamente, uma agradável surpresa.

4 comentários:

Trovador disse...

Já li este livro há algum tempo (tanto que não me lembro muito bem dele...). Mas ao contrário de ti, lembro-me que não achei a escrita nada fluida. O livro parecia-me mesmo que era um daqueles que se lêem rapidamente, mas isso acaba por não se verificar: o texto é denso (o autor escreve páginas e páginas sem fazer parágrafos), o que exige uma atenção redobrada por parte do leitor.

No entanto, do ponto de vista da forma, adorei como Chico Buarque a construiu, especialmente o último capítulo. Adorei aquelas partes em que o protagonista faz as suas suposições, pondo as mais diversas hipóteses que depois se descobre serem completamente infundadas.

Não gostei tanto deste livro como estava inicialmente à espera, mas quem me manda a mim ter expectativas elevadas?
Chico Buarque é um cantautor do quotidiano. Os textos das suas canções falam quase sempre de coisas banais, mas com a mestria de um poeta moderno, o que as torna geniais. O mesmo se passa com este livro.

Trovador disse...

Ah, é verdade! Esqueci-me de dizer que este livro foi adaptado para o cinema, numa produção luso-húngaro-brasileira. Acho que já estreou no Brasil. Tens curiosadade em ver?

SV disse...

Trovador:

Também já li em qualquer lado que o livro fo adaptado para filme. Sim, gostava de ver o que fizeram dele.

Concordo contigo quando referes que o texto exige atenção redobrada, mas isso não me impediu de ter conseguido fazer uma leitura fluida.

Mundo Editorial disse...

Encontrei agora este blog e foi uma grata surpresa.

Do livro Budapeste, no entanto, não encontrei nada de interessante: muito superficial e chato...

Já o blog está de parabéns!

Abraços e muito sucesso!