2006/10/07

O Pêndulo de Foucault – Umberto Eco

Um grupo de amigos decide fazer um estudo. Um estudo de todas as teorias esotéricas que pululam pela imaginação da civilização. Procuram conhecer “estórias” da Maçonaria, dos Rosa-Cruzes, dos Templários, etc. Enfim de todas as sociedades secretas que chamam a curiosidade tão normal, das coisas ditas “secretas”. A grande particularidade do estudo feito pelas personagens é que grande parte do que escrevem é fruto da sua imaginação, ou seja, eles próprios vão construindo o fundamento destas sociedades e utilizando uma lógica muito própria eles vão criando ligações entre tudo o que é esotérico, criando assim um mundo fictício. Até que o impensável acontece, esse mundo existe e eles acabam por se emaranhar nesse mundo, que nada mais é do que a concretização da sua ficção…pode parecer estranho isto que eu disse, para se perceber melhor, só lendo o livro.
Umberto Eco escreveu mais um excelente livro, que nos mostra a visão que ele tem dos esoterismos, sociedades secretas e teorias da conspiração. Que todos não passam de criações de homens sem fé, que têm que sentir um “mundo próprio”, cheio de mistérios tangíveis só por uns eleitos, para que a sua crença faça sentido. Fazendo da vida uma busca infinita de um conhecimento fantástico, que quando se chega a uma meta descobre-se que essa meta foi apenas uma etapa e que esse conhecimento afinal está mais além, sempre mais além. Claro que mais uma vez, Umberto Eco, não perde a oportunidade de voltar a mostrar qual a sua visão de Deus, como aliás faz em vários dos seus livros.
Um livro magnífico, muito denso, mesmo complicado de ler em certos pontos, em que duas passagens são essenciais, mas que no fim todo faz objectivamente sentido, uma obra de mestre que vale a pena ser lida.
Como última consideração apraz-me fazer uma pequena provocação, dizendo que tenho a certeza que Dan Brown leu o O Pêndulo de Foucault, só foi pena que tenha parado a meio…