2006/04/04

Uma história suja - Luís Sepúlveda

Em primeiro lugar, este livro não é o que parece: publicados ou não, estes textos têm estruturas de crónicas, estão marcados pelo contexto cronológico em que foram feitos e têm destinatários directos, ainda que indeterminados. Isto para mim foi uma primeira nota de desencanto: esperava um livro heterogéneo, com apontamentos diversos, pensamentos, contos, esboços, aquilo que a contracapa promete. Na realidade encontro um apanhado de crónicas, cuja estrutura é , em grande parte muito semelhante, cujas imagens são em grande parte muito semelhantes, até as piadas e as comparações se repetem.

Diz a contracapa que "LS não é um escritor neutro". Obviamente tem razão.

Independentemente de se concordar ou não com algumas das referências, críticas e opiniões do autor, fica claro que essas críticas são feitas com apelo à paixão muito mais do que à razão, ao sentimento muito mais do que ao argumento, ao fait divers muito mais do que ao facto.

LS não é um escritor neutro e as suas opiniões perdem força por causa disso. E não mereciam, muitas delas não mereciam perder força pela falta de lucidez, pela parcialidade com que estão formuladas.

Gostei particularmente das crónicas "Desculpe, D. Miguel", "As palavras e a razão" "O enigma das percentagens e dos pontos" e "Acerca da Luz"

2 comentários:

Anónimo disse...

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Anónimo disse...

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