2009/04/16

Cândido - Voltaire

Este foi um dos livros mais divertidos que li nos últimos tempos. Nele, Voltaire insurge-se contra o optimismo simplista e as utopias.

«- Que é isso de optimismo? - perguntou Cacambo.
- Ai! - respondeu Cândido -, é a teimosia de sustentar que tudo está bem quando tudo está mal.»

É interessantíssimo ver a crítica mordaz do filósofo francês à "metafísico-teológico-cosmolólogonigologia" (visando sobretudo os filósofos alemães Leibniz e Wolff) e satirizando a ideia de que «quantos mais males particulares houver, mais o bem geral aumentará», visto que «as coisas não podem ser de outra maneira: porque, tendo tudo sido feito para um fim, necessariamente o foi para o melhor dos fins». Curioso é também a personagem principal, no seu périplo pelo mundo, chegar à cidade de Lisboa no fatídico dia 1 de Novembro de 1755 e assistir ao famoso terramoto.

«Enfim, menina, tenho experiência, conheço o mundo. Podeis entreter-vos a pedir a todos os passageiros do navio que contem a sua história, e não encontrareis um só que não maldiga a sua vida e se não julgue muitas vezes o mais infeliz dos homens. Se assim não for, deitem-me ao mar de cabeça para baixo.»

Só não leva mais estrelas, porque sinceramente estava à espera de um livro um bocadinho melhor (tal era a expectativa que tinha em relação a ele) e não tão semelhante ao O Ingénuo.

7 estrelas

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