Terminada a leitura deste livro, fiquei com a ideia de que estava à espera de algo diferente. De facto, foi um livro que não me surpreendeu tanto como eu gostaria que me surpreendesse. A história tem tanto potencial...
Não é que Saramago não a saiba aproveitar. No entanto, aqui como em quase todos os seus romances (à excepção de 3 ou, quanto muito, 4) o autor perde-se na narração e à medida que nos vamos aproximando do fim da história, fica a sensação de que perdeu demasiado tempo com prolixidades desnecessárias para depois acabar tudo atabalhoadamente. Saramago deixa-nos com aquela vaga sensação de que estivemos quase a chegar ao patamar do sublime, mas que, por falta de gasolina, ficámos a meio caminho.
Não quero ser injusto e dizer que este livro não vale a pena ser lido. Antes pelo contrário, é até um dos melhores que dele li nos últimos tempos. De facto, há sempre umas quantas passagens que são muito interessantes (veja-se as perspicazes observações da personagem Subhro), e ninguém como Saramago para narrar acontecimentos como se os tivesse presenciado, mas com os olhos do presente, não sem deixar cair aqui e ali umas pitadinhas, qual sal e pimenta nos seus romances, dos seus tão característicos sarcasmo e ironia. Ah, neste sentido não podemos deixar de acrescentar o engraçado que é ver Saramago atirar umas quantas farpas à Igreja Católica. Que zangado que ele andava com ela para o fim da vida...
Enfim, um bom livro, mas não um livro memorável.
7 estrelas
2010/12/02
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2 comentários:
De facto achei muito pobrezinha esta viagem do elefante. Diria mesmo que este livro roça a banalidade.
Convido a ler a minha recensão em:
http://conspiracaodasletras.blogspot.com/2009/04/viagem-do-elefante-jose-saramago_14.html
Continuação de boas letras...
O Saramago dos romances "históricos" e Todos os Nomes parece-me o melhor. No entanto, agradou-me Caim. Um abraço, Fábio. Convido ao meu bibliotecadofabio.blogspot.com.
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