2009/03/03

A sombra do Vento - Carlos Ruiz Zafon

Este livro deixa-me sentimentos muito diversos. Por um lado é um livro com pormenores muito interessantes: o Cemitério dos Livros Esquecidos, o Fermin, dão um colorido delicioso ao livro. Por outro lado há algumas inconsistências, alguns non sequitur que eram bem escusados. O pai de Daniel é uma figura apagadíssima e embora esperemos sempre, a qualquer momento, uma revelação, ela nunca acontece. Por outro lado, o prometido é de vidro: o Cemitério é secretíssimo mas o Daniel fala dele a torto e a direito. Também Fumero acaba por ser uma figura absolutamente plana e desinteressante, parece roubados aos vilões de banda desenhada. E é uam pena, porque ela representa um tipo de personagem que merecia outro tratamento, outra reflexão, outra profundidade, pelo peso que tem na memória colectiva espanhola, como aliás na portuguesa.Ao mesmo tempo há alguns pormenores da história algo previsíveis. Mas desses não posso dizer mais sem dizer tudo. Por outro lado descrições que variam entre o perfeito e o excessivo, sendo que a linha é, por vezes ténue. É apenas um dos aspectos queirosiano deste romance. E mais não digo a este propósito. Gostei de o ler e, sendo o primeiro livro que leio do autor, espero que outros livros venham a confirmar o muito que este livro apenas promete. Obrigado à Pentax.

8/10 estrelas

4 comentários:

Tinkerbell disse...

tenho muita curiosidade em ler os livros deste autor :D

Destination disse...

Eu tinha imensa curiosidade em ler este livro, ouvi pessoas a dizer que o devoraram em dois ou tres dias de tão interessante... na verdade ainda vou a meio da leitura e estou muito desiludida... a historia não avança, já li mais de 100 páginas e parece tudo mastigado aos bocadinhos sem grande se sair do sítio... afinal um miudo à procura da historia de vida de um autor de um livro e não passa daí... o cemiterio é apenas um pormenor! O que adoerei mesmo foi o CD que cinha com o livro, simplesmente delicioso, valeu a pena comprar só pelas musicas!

Fox disse...

Eu li o livro, e como o "Destination", fiquei desiludida, porque as opiniões que me chegavam eram boas. A linha ténue a que te referes, que separa o perfeito do excessivo, na minha opinião, tende um pouco por pecar para o lado do excessivo. Não há aquele final, aquela revelação que uma pessoa está à espera o livro todo.
Pensei que era de mim, porque toda a gente com quem falei adorou o livro! Agora li o segundo livro do autor, "o jogo do anjo", e apesar de ter sido mais fácil de ler, e de puxar mais pela curiosidade, conseguiu desiludir-me de novo. Desta vez por tentar encaixar o que parece real com o que não o é, sem dar qualquer explicação, o autor conseguiu deixar-me com o sentimento de que o livro merecia outra coisa qualquer... outro final talvez.

Fox disse...

Eu li o livro, e como o "Destination", fiquei desiludida, talvez porque as opiniões que me chegavam eram boas, e a expectativa demasiado alta. A linha ténue a que te referes, que separa o perfeito do excessivo, na minha opinião, peca para o lado do excessivo. Não há aquele final, aquela revelação que uma pessoa está à espera o livro todo.
Pensei que era de mim, porque toda a gente com quem falei adorou o livro! Agora li o segundo livro do autor, "o jogo do anjo", e apesar de ter sido mais fácil de ler, e de puxar mais pela curiosidade, conseguiu desiludir-me de novo. Desta vez por tentar encaixar o que parece real com o que não o é, sem dar qualquer explicação, o autor conseguiu deixar-me com o sentimento de que o livro merecia outra coisa qualquer... outro final talvez