
Um livro que sempre me despertou a atenção, mas que por ironia do destino nunca tive a oportunidade de ler. Bem, pelo menos até à 1 mês atrás, altura em que o encontrei à venda e não perdi a oportunidade.
A experiência não começou nada bem, por devido a uma grande dose de insensatez, o editor decidiu colocar um critica feita por Jean-Paul Sartre como introdução. Um grande erro, porque a critica de Sartre é aquilo que uma critica deve ser, contando partes do livro, dando-nos conta de sequência, dando-nos conta do que Sartre considera os pontos-chave, a sua interpretação e levando-nos a antever parte do final da obra. Ou seja, antes de ler o livro, eu já sabia o que ia acontecer. Assim à medida que eu ia lendo O Estrangeiro a minha única interrogação era quando é que isto ou aquilo ia acontecer. Enfim, uma grande falta de sensatez, que mata o grande prazer de ler um livro, que é o prazer da descoberta.
O livro em si é estranho em parte devido “àquilo” que Sartre caracteriza como “uma escrita cheia de silêncios”. È o primeiro livro do estudo do absurdo que irá acompanhar Camus durante grande parte da sua carreira.