2006/09/18

Alafce?! Prefiro rúcula!

Nunca escrevi, aqui no Companhia, comentários negativos sobre um livro ou autor do qual não goste. Foi uma opção que tomei logo no início de não mal dizer, afinal posso até não gostar, mas há de certeza quem goste e como se costuma dizer “gostos são gostos” ou “o que seria do amarelo se não fosse o mau gosto” e por aí adiante.

Na verdade repugnou-me um bocado a ideia de eu, que não sou nenhuma especialista, vir aqui dizer mal do que outros escreveram e alguém publicou. O que, a juntar à insegurança de nascença, sempre apoiada pela frase familiar “esta miúda tem cá um mau feitio!”, me fez sempre recuar perante a ideia de assumir as minhas desventuras literárias por escrito e à vista de quantos por aqui passam.

No entanto, chame-lhe mau feitio quem assim o entender, algo abalou estas convicções este fim-de-semana...

Alface... conhecem?

Eu desconhecia, ao que parece é o pseudónimo de João Alfacinha da Silva, emprestaram-me o último livro dele, “A mais nova profissão do mundo”, com a melhor das intenções - “vais ficar surpreendida, pelo que dizem é uma descoberta, reinventa o Português e é divertidíssimo.” - expectativas elevadas portanto, pensei eu que desconfio sempre do que os críticos da nossa praça dizem até prova em contrário. Já 'de pé atrás' pego no livro e começo a ler os pequenos contos, tentando disfarçar a desilusão crescente no meu espírito (afinal o livro tinha sido comprado pelo meu marido, com a intenção de o lermos no fim-de-semana que se cria de boa disposição).

Avancei, li mais uma, outra, e ainda outra à procura do tal “português reinventado e divertidíssimo”, mas nada... a meio do livro acabei por desistir “isto, de facto, não faz mesmo o meu estilo e quanto ao português a única coisa que encontro é o uso corrente de uma linguagem brejeira, vulgar, e expressões ordinarias, que compreendo seja muito divertido para alguns, mas a mim, não me diz nada”, e passei para o meu “Kafka – Na corda bamba” mas não sem um certo amargo de boca e uma interrogação que não me largava, terei sido presunçosa?

A resposta veio em breve quando o meu marido, depois de uma tentativa de descobrir o escritor do século pousou silenciosamente o livro na mesa de cabeceira e sussurou “de facto não tem nada de especial”.

Mau feitio ou não Alface, não faz o meu género!

Continuem em Boa Companhia!

2006/09/13

70 histórinhas - Carlos Drummond de Andrade



Esta é uma compilação de contos dos mais variados temas e de todos os géneros. É um livro 'leve', facil de ler, daqueles que todos (ou quase todos) conseguem, sem esforço, começar e acabar.

Pessoalmente gosto muito de Contos e, embora algumas das histórias aqui apresentadas não cheguem às duas páginas de texto, todas têm uma estrutura lógica, o que prova que não é a quantidade que conta, mas sim a mestria com que se consegue relatar um acontecimento sem entrar em grandes enredos novelescos que, às vezes, só complicam e não beneficiam em nada a obra.

De todas estas 'histórinhas', como lhes chama o autor, a que me ficou a ecoar na cabeça dias sem fim (quiça por identificação com os personagens) foi a segunda 'Nascer' que conta a história de um casal...

"O filho já tinha nome, enxoval, brinquedo e destino traçado(...) tudo isto o menino tinha, mas não havia nascido." Pág. 5

Como a maioria de compilações de Contos, é um livro tão agradável como inconstante, capaz de nos levar do riso ao amargo de boca num simples virar de página. Vale a pena ler.

Continuem em 'boa Companhia'!

2006/09/04

Astronomia

Fica uma indicação de excelentes imagens de livros antigos sobre astronomia. São ilustrações maravilhosas. Obras de arte, sem dúvida.

Livros e bibliotecas

Sem qualquer objectivo de originalidade, mas apenas pelo muito que gosto do tema, vou iniciar aqui no blog uma pequenina colecção de imagens sobre livros e bibliotecas. Começo com a Vieira da Silva e uma das suas brilhantes bibliotecas. Estão todos convidados a sugerir novas imagens!

Editado para acrescentar: ó pra ele o centésimo post do Companhia!